23 de Julho de 2009
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Publicada em 29/01/07

Voz Da Experiência - I

Carta enviada ao jornal Propaganda e Marketing, de 29 de janeiro, por Altino João de Barros da McCann

De Altino João de Barros, da McCann, sobre a nova legislação municipal restringindo a propaganda ao ar livre em São Paulo: "Estou plenamente de acordo com o editorial de 8/1 do Propaganda & Marketing sobre o outdoor em São Paulo.

Você sabia que a Coca-Cola foi lançada no Brasil em um outdoor? Os mais antigos lembram-se da bonita garota de turbante vermelho dos cartazetes que circularam nos bondes do Brasil inteiro!

Logo vieram os cartazes de 24 folhas com bonitas mulheres bebendo Coca-Cola com mensagens relativas ao produto que estava sendo introduzido no Brasil. Esses cartazes tinham molduras padronizadas nos Estados Unidos, muito bem acabadas.

Naquele tempo, havia algumas limitações que dificultavam sua produção no Brasil: a cola que, com a temperatura no Rio e as chuvas, danificava os cartazes, que eram produzidos nos Estados Unidos, e a própria produção desses cartazes no Brasil, pois não tínhamos gráficas com a possibilidade de produzir a impressão devido ao formato, que era grande demais. Com a impressão feita nos Estados Unidos, outro inconveniente eram os acentos e os sinais gráficos, como, por exemplo, o til e o cedilha que lá não existiam, o que nos obrigava a desenhá-los um a um.

A McCann chegou a fundar uma exibidora, chamava-se EFA - Companhia Federal de Anúncios -, e eu era um dos diretores responsáveis pela localização e contratação. Os cartazes geralmente ficavam nas esquinas de ruas movimentadas.

Os cartazes com as mensagens bonitas e de bom gosto que as agências sabem fazer só embelezam a cidade. O outdoor é indispensável no lançamento e na introdução de novos produtos. Não existe outro veículo com esse dinamismo e proximidade nos pontos-de-venda, com as luzes, as mulheres bonitas e as mensagens objetivas que as agências sabem produzir.

Vamos regulamentar a propaganda correta, não vamos deixar aparecer esses cartazes sem qualidade que, esses sim, enfeiam a cidade. Você já imaginou a Times Square sem os luminosos na passagem de ano?

São Paulo é uma cidade dinâmica e se reproduz na propaganda externa bem feita. Luzes nas fachadas das lojas demonstram que ali há algo para vender. Elas se diferenciam uma das outras pela apresentação e pelas luzes da fachada.

Será que nosso prefeito quer uma cidade morta, sem vida? Claro que isso vai se refletir nos negócios e na concorrência do comércio.

O comércio deve ser prejudicado? Quem está se favorecendo disso?

Altino João de Barros.

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